Hoje não vamos postar apenas uma caricatura com sua biografia por baixo, vamos entrevistar: Emiliana Carvalho, jornalista, colabora e dirige o site "Escrítica" e é cidadã da Bahia (Brasil)... Vamos saber mais sobre si agora...
Uma entrevista divertida, onde Emiliana revela os autores que mais considera, desmistifica o conceito de solidão e mantém o seu livro fechado quando se fala em projectos futuros... Ora vejam...
Manaturas: Como
começou esta sua paixão pela escrita e pelo jornalismo? Já dava entrevistas à
família quando era criança?
Emiliana Carvalho: (risos) Sempre tive afinidade com a Comunicação. Decidi ser jornalista aos treze anos e agora é o que sou. Quando pequena, rabiscava os cadernos, livros didáticos de minha mãe, que foi professora, e até mesmo os dicionários. Fazia de conta que estava com um microfone na mão, entrevistando alguém. Acredito que era uma tendência para o jornalismo. Quanto à escrita, apesar de ensaiar algumas letras, não me considero uma escritora, ainda. Sim, uma jornalista.
Emiliana Carvalho: (risos) Sempre tive afinidade com a Comunicação. Decidi ser jornalista aos treze anos e agora é o que sou. Quando pequena, rabiscava os cadernos, livros didáticos de minha mãe, que foi professora, e até mesmo os dicionários. Fazia de conta que estava com um microfone na mão, entrevistando alguém. Acredito que era uma tendência para o jornalismo. Quanto à escrita, apesar de ensaiar algumas letras, não me considero uma escritora, ainda. Sim, uma jornalista.
M: “Escrítica”,
o site onde colabora http://www.escritica.com/, refere que é constituído por três brasileiros e dois portugueses.
Quem são os outros membros e o que procuram para além do curriculum
profissional dos vossos entrevistados?
E.C.: Além de
colaborar com o Escrítica, com as
entrevistas, eu cuido da direção dele. Fico feliz em saber que brasileiros
talentosos como o cronista e dramaturgo Edmar Conceição, o poeta Pedro Sá, o
minicontista Wilson Gorj e o fotógrafo e filósofo, Marcos Cesário fazem parte
do quadro de colunistas do Escrítica com tamanha competência, uma competência
que encontra consonância no talento dos portugueses, José António Franco
(escritor e poeta que seu traço, Manaças, já reconhece), do poeta André Tomé e da
jornalista Catarina Gomes. Todos eles nos iluminam com uma poética universal.
Enquanto entrevistadora,
sinto-me em busca da revelação da individualidade de cada entrevistado por eles
mesmos. Em 2009, lancei independentemente o livro-reportagem Retratos de
Retratos, que trazia, em tom intimista, o olhar de cada um sobre si mesmo e
sobre sua concepção de mundo. São entrevistas que tenho muito orgulho de ter
feito, que me aproximaram de vivências completamente diferentes das minhas. E é
isso o que eu continuo buscando nos novos entrevistados do Escrítica.
E.C.: (risos)
Sim, os dois são meus. Olha, assim que eu tiver pelo menos mais dois, eu vou
pensar seriamente no assunto. Quem sabe, você possa ilustrá-los com suas
caricaturas?! Uma caricatura a cada dois contos?! (risos)
E.C.: Eu também não
acredito que um criador consiga, realmente, criar em conjunto. Mesmo que,
porventura, esteja cercado por pessoas - como deve ser o seu caso, Pedro -, há
um reduto interior que apenas ele tem acesso, onde ele está só. Marcos Cesário,
que é um criador por excelência, com o qual tenho compartilhado a realização de
belos projetos artísticos, sempre diz isso. Por observação, sei que a criação é
solitária, sempre solitária. Essa é a fonte de inspiração: a solidão.
E.C.: Tenho excelentes
companhias. Em relação ao jornalismo, leio muito pouco porque poucos textos
valem o tempo para uma leitura; “o jornalismo é ilisível”, como disse Oscar
Wilde. Em relação à poesia tenho uma grande admiração pelos versos tortos de
Manoel de Barros. Mas, sou apaixonada pela prosa: Anaïs Nin, Clarice Lispector,
Milan Kundera, Rubem Braga, Miguel Torga, Henry Miller, José António Franco, Proust,
Gonçalo M. Tavares, Montaigne... . A lista é altamente respeitável.
E.C.: Não. Até me
pus a pensar em certa ocasião o que seria se não fosse jornalista, se não
ficasse rondando no mundo das letras, e não consegui pensar em nada. Se
tirassem de mim o que faço hoje, ficaria justamente à mercê do nada... Bem, às
vezes o nada é alguma coisa (risos). Acho que eu ficaria à mercê de alguma
coisa (risos).
E.C.: Adorei
todas as entrevistas que fiz, cada uma delas me deu e continua dando uma
dimensão da alma humana da forma que preciso para acreditar na vida. Mas, acho
que a entrevista com a sertaneja Vitalina, uma mulher de seus 90 anos,
solitária, que vive afastada de tudo e que, para mim, tem uma ignorância
sapiente foi uma das mais marcantes.
E.C.: Meu projeto
a curto, médio e a longo prazo é quase utópico: ser sempre feliz.
"...Aquiles – sendo, como imagino, tanto mais um herói do espírito do que de armas - certamente se admiraria ao ver-me romper a escuridão dos meus olhos, sem escudo nem espada, a enfrentar sem trégua, inimigos reais e ocultos, vencíveis apenas pela lâmina afiada da imaginação e dos sentimentos. Assim, aprendo a amar o imperceptível, o falível, os rostos da vida, que se acercam sem acenar e que acordam o sentido de minha existência..."
"...Aquiles – sendo, como imagino, tanto mais um herói do espírito do que de armas - certamente se admiraria ao ver-me romper a escuridão dos meus olhos, sem escudo nem espada, a enfrentar sem trégua, inimigos reais e ocultos, vencíveis apenas pela lâmina afiada da imaginação e dos sentimentos. Assim, aprendo a amar o imperceptível, o falível, os rostos da vida, que se acercam sem acenar e que acordam o sentido de minha existência..."
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